31.12.15

Publicação quase [im]perfeita

Estamos a terminar 2015. Este ano, confesso, foi um dos mais estúpidos que vivi, daqueles em que se chega a este dia e se pensa que tudo faria para o apagar da minha linha de tempo, como se fosse possível fazer-se como no facebook, apagar a publicação! Nas rápidas reflexões sobre as memórias destes últimos 365 dias é essa mesma a ideia que tenho.
Penso mais um pouco e começo a separar mês por mês e a recordar quase que dia por dia que se fizeram passar. E quanto mais tempo vou gastando a lembrar-me de cada coisa que me foi acontecendo, quase que minuciosamente, quase que a lembrar-me de quantas vezes inspirei fundo, quantos segundos sustive a respiração, quantas vezes tentei forçar um sorriso ou segurar uma lágrima penso, valeu a pena. Óbvio que sim.
 
Este ano e outros que passaram - e outros que passarão, certamente - só me farão ser cada vez mais eu se neles tiver não só a coragem de admitir que falhei (e neste houve muitas falhas pessoais) mas tiver o discernimento de voltar a pensar neles e saber, não contornar, mas antes combater-me, combater os meus erros que, embora os admitamos voltamos a pensar esquecê-los para que quando os voltarmos a praticar achemos que são os primeiros, novamente, porque sim, isso acontece, não finjam que não ou seríamos todos perfeitos dentro da condição da imperfeição de sermos humanos. Tal como as coisas boas se geram, as más também se modificam. Se antes errar uma vez era imperfeito e soubemos como ver dessa imperfeição um perfeição humana, errar a segunda passou a ser imperfeito para que mais tarde saibamos entender que temos de continuar a errar ou a falhar para continuarmos a ser humanos e perfeitamente imperfeitos.

Quem me conhece sabe que pouca importância dou às festividade, à excepção do meu aniversário e, curiosamente ou não, à passagem do ano. A primeira faço-o por elogio a mim, a segunda, embora saiba que é apenas o passar de um segundo com outro dígito (ou dígitos) diferente do que nos acostumámos a usar durante mais tempo para outro tão semelhante ao que ultrapassamos, geralmente marco-a como reflexão, como toda a gente, mas pelos motivos não tão generalistas ou habituais. Tento sempre ver o pior que se passou durante o ano para que, numa parte me iluda para o seguinte ao querer que seja melhor - ou diferente - embora saiba que vou fazer o que me der na gana em cada momento, cagando de alto para as ideologias do "vou fazer isto porque é bom, bonito e fica bem", mas também porque me prepara para eventuais retrocessos emotivos, sim, eu acredito que somos todos emoções somente, mas que temos a racionalidade de os saber adaptar. Comparem este pensamento aos treinos de guerra, daqueles duros na realidade, preparando-me sempre para o pior! Depressivo, chamam-me. Negativista, também e assumo mas, tem sido nessa confluência quase que bipolar que me tenho safado de muitos desgostos.
 
Este ano não tinha intenção de fazer nada de especial, daquelas coisas que se fazem no dia 31 de Dezembro, apenas meti na ideia de que não iria ter guiões para as coisas. Ontem terminei de ler um livro onde tive realmente a certeza de que é o mais correcto, ter o livre-arbítrio de se ter o livre-arbítrio. Deixo que as coisas venham no seu tempo, com o ambiente em que se envolvem, com as pessoas que são puxadas por isso mesmo, seja para me fazer bem ou mal, não interessa, vão-me fazendo. Aprendo com isto a não julgar quem envereda por outros caminhos que não aqueles que sigo e, com isto, ganho mais liberdade de deixar os outros livres, já que se eu posso escolher o que eu quero, deixo os outros igualmente livres de o fazerem e sem pedras possíveis de me fazer desviar. A liberdade torna-nos invisíveis. Inexistentes. E isso é bom.

Para este ano que começa dentro de horas, o meu único desejo pessoal é esse mesmo, ser invisível aos outros, mas tão completo de mim de tal forma que não permita que os que me rodeiam se sintam influenciados e a serem visíveis - ou não livres.

Desejos de um 2016 transparente!

3.9.15

Pimenta no cu dos outros...

Para mim é refresco!

Pode ser esta a opinião da maioria dos que, no início deste ano, souberam apontar os carnudos dedos aos fundamentalistas que massacraram doze jornalistas que, embora levassem em facho a liberdade da expressão, nada mais usavam do que a libertinagem da mesma, menorizando a fé de outros.
 
O que foi resultado não é correcto mas, recordando-me dos tempos da minha infância, sofria castigos sempre que fazia algo errado ou até pouco humano. Somos humanos e temos, supostamente, a consciência que nos deverá conduzir a uma conduta correcta e/ou correctiva no meio em que vivemos, um meio social e comunitário, onde ocupamos por igualdade e, no qual, o respeito mútuo deve ser a base de tudo, concordemos ou não, achemos correcto ou não. Se alguém o pensa, tem essa liberdade de o fazer/pensar, desde que não coloque em riste a vida de outro, não só de terceiros, mas sim de segundos!

Nesta base condeno, obviamente, os resultados dos chamados atentados, sejam os do Charlie Hebdo, os da Atocha, do Boko Haram, do 11 de Setembro, assim como os que parecem ter sido apoiados por todo o mundo dito "ocidental", eufemismo para tapar a palavra pouco democrática de "civilizado". A ideia de superioridade deste tal "mundo" é uma farsa onde se quer passar a ideia de que somos a vizinha que tem a galinha mais gorda e que somos a civilização-génio, que não erra e que tem a mania que é a correcta. Mas não somos!

Nos dias de hoje esquecemo-nos que cagávamos em penicos, cujo interior cheio de merda era lançado pelas janelas. Sim, aconteceu na Europa, não há muitos anos atrás, tendo em conta a idade que o ser humano existe na Terra. Usámos escravos e pior, abusámos dos mesmos e das suas terras que, pela dita palavra da religião, defendemos sendo nossas, e que ainda hoje uns quantos o fazem! Não permitíamos que as mulheres saíssem à rua. Não votassem. Não vestissem, sequer, o que queriam. E isto há menos de 100 anos! Daqui a outros 100, provavelmente rir-se-ão de nós porque não deixámos homossexuais casar (na maioria dos estados ditos desenvolvidos) ou adoptar, ou porque haviam uns quantos que pagavam para ter estudos ou acessos à saúde (muito embora, a cada dia que passa eu note que estamos em recessão neste aspecto, graças à mania do liberalismo económico). Rir-se-ão de nós porque perdemos conhecimentos do que é viver em sociedade (que é o que de facto está a acontecer), rir-se-ão de nós porque teimámos que nas nossas terras não devem entrar estranhos que buscam uma vida melhor, depois de termos nós estado nas terras deles a saquear e a violentar, para que pudéssemos ter os bolsos cheios.

Deixem-se de hipocrisia! Imaginem o vosso país em guerra, a vossa cidade destruída, o medo de serem mortos só porque são... o que são! O facto de estarem a respirar é motivo suficiente para serem mortos? Para terem fome? Para estarem dispostos a não ter um mínimo de cuidados de saúde e higiene?

Não me venham com merdas de que muçulmanos são todos farinha do mesmo saco, que vos digo, então, que todos os que se regozijam pela palavra do tal senhor não passam de mentirosos, opulentes, pedófilos e mentirosos, que é tudo isso que se passa nos Vaticanos do mundo inteiro mas que tem vergonha de assumir, porque, obviamente, vai contra a já referida conduta social!

Isto tudo prende-se, está claro, com essa estúpida onda de indignados com o possível abrigo de refugiados do Norte de África e Médio Oriente. Têm medo de quê? Que os vossos filhos se tornem muçulmanos? Que venham armados com bomba-relógio? Que venham tirar-vos o emprego (não percebo como é que há quem ainda diga isto, mas há!)? Vamos lá a ter dois dedos de testa (carecas excluídos) e a pensar um pouco, que foi para isso que o vosso deus vos fez... Só não digo que vos gostava de ver numa situação idêntica àqueles que colocam a própria vida em risco para salvar essa mesma vida, porque eu também estou no mesmo espaço e não quero, por nada, viver nessas condições!

Imaginem, agora, que os corpos mortos deste vídeo são os vossos, dos vossos filhos, pais, avós, amigos, vizinhos, ou do senhor do talho da outra ponta do país...

Tenham tino e consciência e arranjem um pouco de inteligência e bom-senso antes de mandar postas de pescadas! Até porque, para mim, pimenta no cu dos outros, é ter de levar com o mau cheiro por se cagarem!

Obrigado!

16.7.15

Ahn? Assexualidade?

Precisamente, essa coisa existe mesmo! Assim como o ateísmo - aqueles que não acreditam em qualquer teologia - e cuja palavra surge da palavra grega theos (divindade, deus) acoplada ao sufixo a-, que indica a negatividade da palavra-mãe, assexualidade é, da mesma forma, a inexistência ou indiferença à sexualidade ou acto sexual.

De há uns anos a esta parte a assexualidade era tida como, até há outros tantos, a homossexualidade, bissexualidade ou a transexualidade que, felizmente, nos dias de hoje já não o são na maioria dos países conotados como desenvolvidos, uma doença de foro psicológico ou, em certos casos, fisiológicos, devido à baixa função da libido (onde seria sustentada, como base, a baixa produção hormonal) . O certo é que, com o avanço da liberdade das mentalidades, graças a muitos nomes que têm lutado para tal efeito, nos nossos dias já se aceita mais facilmente as diferentes sexualidades.

Com tudo isto mais explicado, não pensem que a assexualidade se fica por aqui. Tal como na homossexualidade existem as ramificações da pansexualidade, bissexualidade, transexualidade e outras mais. Como, obviamente, não sou um expert na coisa, deixo-vos alguns links de site e documentários que valem a pena de serem lidos, nos que toca às minorias sexuais dentro da assexualidade!

Felizmente, como referi no início da publicação, a assexualidade - como "minoria sexual" - está com os dias contados enquanto deficiência psico-fisiológica. Cada vez mais se assiste a pessoas a assumirem a sua assexualidade (jamais confundam com celibato!), e assistimos a uma maior divulgação da existência da mesma. Esta semana foi publicado no jornal Público (em conjunto com o The New York Times) um documentário acerca da mesma que, creio, ter sido pioneiro nos media em Portugal!
Acredito, no entanto, que esta nova vaga de aberturas ideológica, provenha de - caso se lembrem - ter havido notícias da existência de uma nova moda no Japão, onde cada vez mais os jovens assumiam repugnância pelos actos sexuais. Qual a vossa opinião?

Seguem, então, algumas ligações de páginas que fui encontrando sobre o assunto da assexualidade e que achei minimamente fidedignos que, como todos sabemos, há mais porcaria tóxica na internet que que radioactividade em Chernobyl e Fukushima juntos!

Sobre a assexualidade, a própria página da Wikipedia encontra-se muito bem elaborada e, em termos sumários, relevante. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Assexualidade).
Existe ainda um fórum onde os interessados poderão colocar todas as questões sobre o assunto, fácil de usar e, na minha opinião, com verdadeiros ajudantes no esclarecimento de dúvidas. (http://www.forumassexual.org), para além de uma das páginas principais sobre o assunto, Comunidade Assexual (http://www.assexualidade.org). Em termos globais, uma das agências mais credíveis é, na realidade, a AVEN - Assexual Visibility and Education Network. onde se poderão ver esclarecidas as diversas ramificações da assexualidade, as diferenciações de arromânticos e demirromânticos ou demissexuais, graysexuais, placiosexualidade, etc. Vale a pena a visita, nem que seja pelo interesse!


Bandeira reivindicativa da Assexualidade.

Na eminência de dúvidas, usem e abusem da caixa de comentários! 

14.6.15

Música para os teus ouvidos

Passaram ontem, dia 13 de Junho, 30 anos sobre o tratado de Schengen, aquele que nos dá tanto jeito para evitar ter de recorrer ao passaporte ao cruzarmos inúmeras fronteiras dentro da Europa.

Hoje, França, Alemanha e Áustria decidem controlar por motivos desumanos as fronteiras com a Itália.

Ah, e tal, estamos a caminhar para um mundo melhor, diziam. Eles diziam e eu acreditava, como cantava o Lennon. Mas não era o único. Talvez sonhadores fossemos todos durante estes 30 anos.



Já há muito tempo que venho (e todos nós, obviamente) a assistir à perda de direitos sociais no velho continente. Aquele que foi o berço da democracia, da liberdade e da fraternidade. Aquele que, supostamente é o epicentro da igualdade em todos os aspectos. Sim, em parte, somente em mínima parte poderei concordar com isso. Vivo num país que se declara democrático (e por isso não falho uma eleição), livre (e por isso não falho quando devo levantar a minha voz) e onde, a bem ou a mal, há igualdade entre os cidadãos.

Isto não é a Europa que eu conheço, muito menos a que me foi dada a conhecer durante a minha vida académica.



Se querem que eu seja Europeu, deixai-me viver na Europa que eu escolho para viver. Posso ser um sonhador mas, como diria o Walt Disney, "Se podes sonhar, podes fazer acontecer".

18.5.15

O título da verdade

Não aceito que exista uma verdade absoluta para além dos resultados matemáticos. Nunca a verdade poderá ser absoluta e, muito menos, concreta. 

Vejamos num conflito onde cada uma das partes, sob procura inerente de justiça à sua causa, defenderá sempre que a sua parte, sim, se encontra plena da verdade.
O mesmo, por certo, se passará pela outra parte, colocando o ouvinte sobre a inexistência da verdade ou a dupla existência da mesma. Cabe, desta forma, ao ouvinte das várias versões decidir qual a verdadeira verdade mas, sob esse efeito, a decisão já cairá sobre a moralidade do avaliador e a possível avaliação que terá sobre o sujeito ditador de uma das verdades e, se a verdade deverá estar sempre acima da moral – quiçá até acima da justiça – como se poderá vez alguma elucidar sobre qual a forma mais correcta de avaliar tais factos?

Repensem, agora, colocando vários acontecimentos que se terão assistido pelo vosso dia-a-dia, pessoalmente ou até mesmo em comunidade. 

15.5.15

Haccordus

Creio nunca ter referido neste espaço de que sou totalmente contra o afamado [bem ou mal] Acordo Ortográfico de 90. Pois que o saibam, agora e, pelos vistos, tardiamente.

Esta querela espalha-se desde 1988 – ainda eu mal sabia escrever – porém, somente nos últimos 6 anos se decidiu dar importância a este assunto da limpeza quase holocáustica das palavras portuguesas. 

A eliminação das chamadas “consoantes mudas” é ainda a parte mais fácil de se compreender, ao analisar e aceitar que esta é a ortografia da fonética actual [dizem!]. Não consigo jamais entender qual a razão de eliminar hífens na cor-de-laranja mas ser obrigado a usá-los se houver mais luz branca e escrever cor-de-rosa! Ou, pior ainda, tornar a mini-saia aparentemente mais comprida ao acrescentar um S no lugar do hífen. 
Bem, isto é apenas o falar de praticidades, sem querer enveredar pela etimologia ou pela fonética. Isto para referir que ao ser-se imposto um acordo com referência legal, este deverá ser, antes de mais, um acordo entre todos os intervenientes [os tais 250 milhões de luso-falantes no mundo] e a suposta entidade que criaria as alterações, situação este que, mais que sabido, é humanamente impossível e, caso o não fosse, a fase de aceitação seria tão ou mais inconcebível quanto a que assistimos actualmente. 

Porém, acredito que num futuro – talvez uns 20 a 50 anos – possamos todos estar a usar este so called acordo, mais que não seja pela habituação na leitura das manchetes, nos avisos camarários e doutras fontes de informação e educação, já que nesses organismos o AO90 é obrigatório. Veja-se, como exemplo, as mesmas rejeições e reacções à alteração do acordo anterior onde escrever pharmacia se previa ser em nada etimológico. Hoje, passados bem mais de 50 já ninguém o escreve. 

Ainda assim, mesmo colocando a hipótese de que sucumbo a esta farsa num futuro que espero pouco de próximo, levantarei sempre a bandeira pela luta  contra esta incongruência.

14.5.15

A expressão da liberdade

O clausus modus em que me fui obrigado a estar, desde há uma semana a esta parte, tem-me colocado uma pertinente questão à qual, por felizes motivos, nunca me havia colocado a mim mesmo por ordem de pensativa existência. 

Quem ao meu lado se tem acamado, nas horas das visitas, exprime a sua completa opinião, sobre o que ela vale, seja a quem for que o oiça e esteja ou não disposto a ouvir, o que, na minha opinião e ideia correcta das coisas, aprovo e apoio. Estranha-me, no entanto, que as visitas se sintam tão constrangidas com a exposição das ideias e opinião do relator. 
Imagina que o senhor do lado é desse partido!?” – foi esta mesma  frase que me alertou para que escrevesse este texto. Repenso; que problema seria se a minha opinião diferisse tanto quanto à do relator? Que motivos teria eu para ripostar ou, quem sabe, violentar contra ele, fosse mesmo só por palavreado? 

Hoje em dia, verdade seja dita, e por graças a vivermos em liberdade de expressão, vivemos, no entanto, numa sociedade onde pouco se pensa antes de emitir a opinião que temos sobre as coisas. Maioria, é certo, que pouca ou nenhuma importância revelam na vida comunitária, porque são, dessa mesma maioria, coisas nossas, por vezes até pessoais e a isso, quem ouve, pouco carga de importância lhe dá. 
No que se refere a opiniões de âmbitos mais sociais/comunitárias devíamos sempre pensar antes de as emitir tão publicamente ou, pelo menos, não sendo tão público, o facto de se estar entre desconhecidos. Não que seja problemático o facto de emitir opiniões, mas sim pelo facto de se poder mudar em escasso limite de tempo. No que respeita a opiniões, hoje o que pensamos pode mudar em poucos minutos, até. O que não se altera com tanta rapidez são as convicções e até mesmo essas estão passíveis de alterar-se!

Voltando à estranha sensação de que me assolei quando notei o medo do visitante, que caminho estaremos nós, em termos de sociedade, a construir sobre a liberdade de expressão? Este “medo” de «o senhor ser desse partido» será um possível regresso ao passado ditatorial? Na verdade, todos os dias nos vamos quase que ambientando a isso. A censura é posta à prova e em causa ao mesmo tempo. Tenhamos cuidado!

Na minha opinião, o correcto será sempre que a opinião for dada, e que sempre deve existir, que antes de a proferir para onde quer que se destine, que está tenha sido pensada e, principalmente, pesadas as consequências não nocivas na opinião dos outros. 

P.S. - Artigo escrito ao abrigo do Acordo Ortográfico de 45;
P.S.2 - Peço desculpa por qualquer má formatação de texto, mas via telemóvel não consigo melhor! 


7.5.15

Pedido de ajuda

"Help, I need somebody" cantavam os Beatles, nos idos anos 70 mas, será que valeu a pena?
Os pedidos de ajuda têm, cada vez mais, a ser mais raros que o próprio petróleo. Afinal, o que faz com que cada vez menos se peça ajuda?
Depois de se ter passado a febre dos flagelados livros de auto-ajuda, onde é que as pessoas pedem ajuda, seja para o que for? Ajuda para carregar uns sacos de compras, ou para ajudar a velhinha a passar a estrada, ou até mesmo para suportar o stress dos dia-a-dia?

Nos dias que correm, vive-se cada vez mais aquilo a que tanto tenho apelidado de umbiguismo. O que se passa no convento, no convento fica e ai de quem tente entrar nos claustros da nossa intimidade! Embora tudo se partilhe nas redes sociais, as vidas que transmitimos não passam de autênticas quimeras de ouro, quando no nosso íntimo ser, nem de latão são feitas!

Teremos perdido a confiança nos outros por nossa própria vontade, ou será que os outros não fazem, na realidade, por merecer a nossa confiança quando precisamos de um ombro amigo, ou mais que não seja de dois ouvido prontos a escutar?

Para onde caminhamos?

25.4.15

Liberdade


Craveiro

Permitam-me que cresça em cada canto
Numa esquina qualquer da cidade
Um punhado de cravos em manto
Como se se deitasse, ali, a liberdade.

Não teçam os cravos entre eles.
Não deixem que se coliguem forçosamente.
Se à liberdade são dados aqueles,
Juntem antes as rosas de vermelho quente.

Permitam-me que lance um cravo ainda
Ao rio que cruza as terras que passa,
E que leve a outras margens onde o mar finda
A liberdade onde a mesma não se abraça.

Pudesse eu ter de cravos um mundo inteiro
E faria, sem dúvida, um mundo perfeito.
Enquanto não tiver terra para o meu craveiro,
Deixo-o, pelo menos, vingar-se no meu peito!

Bruno Torrão

21.4.15

Redes (as)sociais

É quase que inevitável! Hoje elas estão por todo o lado e chegam a toda (ou quase toda) a gente. Desde o facebook ao g+, instagram, foursquare, badoo, linkedin, entre outras centenas, quiçá, menos representativas ou mais focalizadas a aspectos profissionais, culturais ou sociais, muito mais relativas à sexualidade ou à etnologia.

O engraçado é que, dia após dia, toda a gente se queixa dessas mesmas redes sociais e há, até, estudos que são feitos a comprovar que alteram o nosso cérebro, (http://www.dinheirovivo.pt/videos/default.aspx?content_id=4523448&section=buzz). Porém, esta notícia, foi-me dada a conhecer através duma rede social, a mesma que tem vindo a espalhar os anúncios da Sagres e da Super Bock, onde somos incitados a deixar as redes em casa e socializar ao vivo.

Isto faz-me lembrar uma música dos Da Weasel nos anos 90, Todagente, onde se retrata o facto de toda a gente criticar tudo, porém a acção fica-se pela "mesa do café", embora nos dias que hoje correm, estas acções estatificam-se nos post do facebook.


19.4.15

Poemário

Há uns 4 ou 5 anos (não me recordo bem) estive em Madrid na altura do 21 de Março, data da celebração do dia mundial da Poesia, e achei fenomenal a forma como os madrilenos a festejaram. No vasto e concorrido metro, do nada e no meio de toda aquela gente, alguém lia um poema. Chamavam-lhe, ao evento, "Nin un día sin poesía", e durante uma semana ia acontecendo isto! A poesia, aleatoriamente, dita a todos durante uma semana. E tanto que fiquei a sonhar com algo semelhante a fazer-se aqui, em Portugal!

Esta página que descobri há escassos dias tem, pelo pouco que ainda conheço, esse intuito, de dar poesia a cada dia. E qual o meu espanto quando vejo que o poema de hoje foi escrito por mim! Não, não é a primeira vez que um poema meu é publicado no facebook mas, talvez por haver esta ligação entre a génese do Poemário (a tal página) e a ideia que vi acontecer em Madrid, me dê esta alegria!

O poema escolhido foi o "Porta de entrada", publicado no Viajantes e que o sei muito ao gosto de muita gente!

Sigam o link e fiquem a conhecer o poema (ou a relembrar) e a conhecer o Poemário!
https://www.facebook.com/pages/Poem%C3%A1rio/941065615923479?fref=nf

17.4.15

Poesia

Já muitos conhecem, nem que seja de nome, o Povo Lisboa, um estabelecimento que é café/bar/restaurante e que, de tempos a tempos, vai organizando tertúlias de poesia, concertos de fado, espectáculos de índoles diversas.

Segunda-feira, dia 20, devido à aproximação das comemorações do 25 de Abril, será uma noite dedicada à Revolução dos Cravos. Apareçam por lá a partir das 22h00 e levem os vossos textos revolucionários!

Atenção Porto!

Hoje é sexta-feira, dia de Happy Hour na livraria POETRIA, na Rua das Oliveiras, no Porto!

Entre as 18h e as 21h, poderão encontrar nesta fantástica loja, livros soberbos com 40% de desconto!

Sigam a página no facebook e fiquem a par de todas as novidades!

15.4.15

Viajantes

Se o primeiro post é sempre complicado de escrever, o segundo não é mais fácil, quando a ideia é escrever sobre tudo em geral, sem que os assuntos acabem por seguir tendências.
Uma coisa é certa, preparem-se para ler sobre muita poesia! Aprendi a ler com livros de geografia e de poesia e, acredito, que isso me tenha moldado os gostos. Aos oito anos recebia elogios da professora da primária pelas (infantis, claro) quadras. Aos 12 vi o meu nome espelhado pela escola no fim duns poemas que o jornal da escola decidiu publicar. Hoje em dia já tenho, na estante, o meu nome em três livros, que se juntam a quase cinquenta livros de diversos poetas.

O que mais me orgulha da sua existência é, obviamente, o Viajantes, por ser um livro que considero que criei, embora seja co-autor e da ideia ter surgido da vontade do Daniel Costa-Lourenço, um poeta amigo de já longa data, em lançarmos um livro em conjunto. A temática seria Lisboa!

Como é sabido, Lisboa já tem muitos poemas a falar sobre ela! Embora nunca seja demais elogiar a Cidade Branca, poderíamos ter caído na repetição e no cansaço que esta, bem ou mal, obriga! A solução foi facilmente encontrada; dar a conhecer a Lisboa escondida, aquela que, sem recorrer à descrição, se encontra descrita em cada palavra, cada verso, cada sentimento que a cidade incute em cada um dos poetas ao seu serviço, como referido pelo Daniel no vídeo de apresentação da obra, "Lisboa será apenas o cenário de dois viajantes que não sabemos se são estranhos à cidade ou entre si, se são habitantes ou em passagem, mas tomam a cidade como sua, conhecendo-lhe desta forma os personagens por formas diversas, por tempos diversos, focando os mesmos sentimentos, os mesmos lugares, as mesmas pessoas".

De forma a tornar esta obra única, decidimos convidar a Marta Cruz, com quem já havíamos trabalhado nos Spoken Words, para dar imagem ao que já estava escrito. Depois do fantástico trabalho da nossa editora, a Livros de Ontem, surgiu este menino lindo que já se encontra na segunda edição e que se encontra à venda no site da editora.
Claro que poderão seguir todas as novidades sobre o Viajantes através da página no facebook!

Carta de apresentação

Car@s abrigados,

Declara-se, por esta forma, inaugurado o meu novo espaço na vasta e infinita internet!

Decidi voltar às lides bloguistas! Vai ser uma carga de trabalhos se me quiser, finalmente, dedicar a escrever para o público, como já fiz, há tempos idos, no Desp@chos - versão on line onde, entre 2004 e 2009, fui escrevendo sobre o que na real gana me apetecia! O blog era pessoal, sem nenhum assunto específico e é o que pretendo atribuir a este novo espaço.

Perguntam-se, possivelmente, por que razão não continuar a usar o Desp@chos. Para quê criar um blog novo se já há tantos do género? Pois bem, eu perguntei-me sobre essas mesmas questões e, estranhamente, até obtive respostas que posso considerar justificativas!
O Desp@chos já está muito despido, desorganizado, perdido. Continuará online pois, ainda assim, mantém muitos textos que, ao longo dos seus cinco anos de vida, fazem parte da minha história. E o layout já está pouco ou nada atractivo devido aos upgardes que nunca foram feitos e que, se eu quisesse voltar a pegar no Desp@chos, dar-me-iam muito mais trabalho que a criar um novo blog! E ei-lo!

Objectivos? 
Exprimir ideias, enquanto estas sejam gratuitas! Dar opiniões, enquanto sejam livres! Atrair leitores, enquanto estes existam! Podem não ser muitos. Podem não ser poucos. Interessa é que haja leitura!